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A União Europeia está a selar o destino da Ucrânia”

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Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia reúnem-se esta segunda-feira, 2 de Outubro, em Kiev. A reunião procura reforçar o apoio da Europa à Ucrânia num momento de divergências manifestadas por alguns Estados membros do bloco europeu devido à exportação de cereais ucranianos, especialmente a Polónia. Sandra Dias Fernandes, investigadora no Centro de Investigação de Ciência Política da Universidade do Minho, considera que se trata de um encontro histórico.


RFI: Qual é a importância deste encontro que acontece num país em guerra e que não é membro da União Europeia?

Sandra Dias Fernandes, investigadora no Centro de Investigação de Ciência Política da Universidade do Minho: Trata-se de uma reunião histórica até por uma questão muito prática. É a primeira vez que os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia -que se encontram regularmente- têm um encontro fora da União Europeia. Simbolicamente, é assinalado, até pelo lado ucraniano, como sendo um encontro dentro das futuras fronteiras da União Europeia.

A ideia é que a União Europeia está a selar o destino da Ucrânia, dentro daquilo que é falado com sendo “uma família europeia” e da qual a Ucrânia faz parte. É um encontro informal. Não há uma agenda formal e não serão feitas declarações oficiais, mas a União Europeia procura demonstrar uma solidariedade com esta reunião, enviando sinais muito claros à Ucrânia com perspectiva da integração do país na União Europeia, mas também à Rússia. Porque o que ouvimos do lado das autoridades russas é sempre que irá acontecer um cansaço do apoio ocidental.


A crise política criada entre a Polónia e a Ucrânia revela um possível desgaste do Ocidente em relação à guerra? A própria Rússia que acaba de denunciar esse desgaste….

Eu não falaria em desgaste. A crise à volta da questão dos cereais mostra que, apesar de existir um desígnio geopolítico que é assumido por todos os Estados membros da União Europeia- inclusive a Polónia que é o quarto maior apoio à Ucrânia do ponto de vista militar- existem, ao mesmo tempo, os interesses nacionais. Há ainda as perspectivas nacionais e não podemos esquecer que a Ucrânia é uma grande potência agrícola.

No que refere à ajuda à Ucrânia, à sua reconstrução e alargamento é preciso pensar, profundamente, em políticas agrícolas capazes de responder a todos os Estados membros.

Eu não falaria de agastamento, mas falaria em revelação de dinâmicas que nunca deixaram de existir. Ou seja, a dinâmica do interesse nacional.

O chefe da diplomacia europeia, Joseph Borrell, apelou Washington a reconsiderar o travão ao apoio financeiro à Ucrânia, considerando que para os europeus, há uma "ameaça existencial" enquanto a Rússia prosseguir com a invasão. Existe de facto essa ameaça? Qual será o impacto no terreno de se vir a concretizar esse travão financeiros dos Estados Unidos?

Nos Estado Unidos há uma crise orçamental e o novo pacote de ajuda financeira militar à Ucrânia ficou adiado para um voto distinto. As palavras de Borrell demonstram um problema europeu na questão do investimento em Defesa, colocando a União Europeia numa forte dependência dos Estados Unidos e da NATO nesta guerra.

A perspectiva de regresso de Donald Trump à liderança americana é uma questão crítica na União Europeia, com uma guerra de alta intensidade na Europa e com uma guerra hibrida contra a União Europeia. Pôr em causa o apoio americano é pôr em causa a própria capacidade da União Europeia em alargar-se à Ucrânia.

A vitória dos nacionalistas na Eslováquia levou alguns analistas a antecipar que Robert Fico assumirá uma atitude pragmática em relação à UE e à NATO. Os Estados Unidos e a Europa têm razões para se mostrarem preocupados?

Têm razões para se mostrar preocupados. Não só relativamente à Eslováquia, mas também em relação à Hungria e à Polónia –que realiza eleições a 15 de Outubro. O aumento de países que se querem recentrar no nacional racional e que já colocam problemas ao funcionamento do estado de direito, perante aquilo que é a União Europeia. Estas questões devem ser pensadas na própria questão do alargamento e na reforma dos tratados. Estas eleições são desafios ao projecto europeu, na forma como ele se governa e na forma como ele defende os valores de uma comunidade, em torno dos seus valores liberais e humanistas.

A Rússia que já veio qualificar de absurdo o facto de verem o partido Smer-SD, como um partido pro-russo…

A Rússia tem aqui uma postura que é muito clara e uma narrativa constante. Qualquer partido que sirva de “cavalo de Troia” da propaganda russa, nunca é assumido pelas autoridades russas como sendo pró-russo. Isto porque está interessado em minar as sociedades ocidentais. Embora, se perceba- até pelo discurso de vitória- que esse partido não é pró-Ucrânia.

A mensagem desta reunião é mostrar que o apoio da União Europeia para com a Ucrânia continua forte?

Continua forte e inabalável. Que o ponto essencial é o alargamento. A reconstrução da Ucrânia já está estimada em, praticamente, 750 mil milhões de euros, e o que a Europa quer fazer é dar garantias do apoio à reconstrução na perspectiva da reforma da Ucrânia para um alargamento no horizonte de 2030.

 

 

 

Fonte:da Redação e da RFI
Reeditado para:Noticias do Stop 2023
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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