
criminal de Lisboa absolveu-me, numa sentença em que diz que o conteúdo do artigo não era ofensivo para a honra, e por isso nem era preciso sopesar o direito de informação com o direito à honra", disse Luís Paixão Martins à Lusa.
O caso remonta a agosto de 2013, quando Rafael Marques - refere a acusação - "em parceria com a jornalista norte-americana Kerry A. Dolan, escreve um artigo para a revista Forbes, expondo como [a empresária angolana] Isabel dos Santos formou a sua fortuna, a qual foi gerada pelo pai, o Presidente da República de Angola, Eduardo dos Santos". O longo artigo da Forbes tem como título: "Isabel dos Santos: Menina do papá: como uma princesa africana arrecadou três mil milhões de dólares num país que vive com dois dólares por dia" e foi publicado na edição do dia 14 de agosto de 2013.
Em resposta ao artigo da Forbes, Luís Paixão Martins, que na altura fazia a assessoria de comunicação da empresária angolana, escreveu um artigo na revista portuguesa Briefing intitulado 'A história de um ativista escondido com George Soros de fora', no qual se referia a Rafael Marques como 'um ativista político' e o acusava de ser 'testa-de-ferro' do magnata George Soros.
Na sequência do texto publicado na Briefing, o jornalista angolano avançou no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa (DIAP) do Ministério Público de Lisboa com uma queixa-crime por difamação contra Luís Paixão Martins. Segundo a acusação, o jornalista Rafael Marques é um "ativista dos direitos humanos e não um ativista político".
"Referir-se ao assistente (Rafael Marques) como ativista político é atacar e destruir a sua reputação, bom-nome, honra e dignidade profissional", sublinha a acusação. O Ministério Público acompanhou a acusação particular, um juiz de instrução pronunciou Luís Paixão Martins e, em outubro, a Relação de Lisboa confirmou a decisão instrutória, tendo o julgamento começado a 10 de janeiro.
Hoje, Paixão Martins contou à Lusa que, nas declarações finais, o Ministério Público pediu a sua absolvição, o advogado de Rafael Marques pediu a acusação e o seu advogado pediu a absolvição, "dizendo que o artigo se encaixava dentro do direito a dar a opinião sobre as coisas que as outras pessoas fazem".
Sobre a sentença, conhecida na quarta-feira, o ex-consultor e fundador da consultora LPM disse não ter ficado surpreendido.
"Aquilo que eu escrevi no artigo foi confirmado nas audiências do julgamento, que permitiram perceber o incómodo do Rafael Marques perante a exposição pública das suas relações pessoais e financeiras com George Soros", afirmou.
No seu artigo, recordou, o ex-consultor explicava que a escolha de Rafael Marques pela Forbes para escrever sobre Isabel dos Santos era errada porque o jornalista "tinha um histórico público de representar o George Soros em Angola e Soros era acionista da Unitel e tinha um conflito com outros acionistas da Unitel".
Fonte:Angonoticias
Reditado para:Noticias do Stop 2016
