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As desconfianças da RENAMO no processo DDR

Política
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A RENAMO garante a extinção da sua última base militar, logo que esteja garantido o pagamento das pensões dos ex-guerrilheiros. Mas continua a desconfiar do Governo da FRELIMO. Com alguma razão?
Em Moçambique, o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos ex-combatentes da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) parece um "jogo de condicionamentos". Segundo um académico, ouvido pela DW, "a

RENAMO nunca vai entregar todas as armas, pois as armas são seu único recurso de pressão ao regime".

Por outro lado, a própria RENAMO continua a garantir que vai desmantelar a sua última base militar, logo que estiver de facto garantido o pagamento das pensões dos ex-guerrilheiros.

Mas, ao mesmo tempo, o maior partido da oposição continua a temer "traições" por parte do Governo da FRELIMO, liderado pelo Presidente Filipe Nyusi.

Promessas ainda por cumprir

No fim do mês passado, o chefe de Estado moçambicano assegurou, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, que em junho corrente será concluído o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos guerrilheiros da RENAMO, com o encerramento da última base militar, fruto das conversações que tem mantido com frequência com o líder do partido da oposição.

Por sua vez, o líder da RENAMO reafirma as suas próprias promessas e os prognósticos otimistas do Presidente da Republica, dizendo que as forças do seu partido serão, de facto, desarmadas em breve.

"Ele estava em Genebra e falou para a imprensa internacional que 'vamos desmobilizar e pagar as pensões'. E nós, porque é que vamos ficar indiferentes? Vamos desmobilizar aquela base e esperamos que o Governo cumpra com as suas obrigações", assegurou Momade, alertando, no entanto, que desta vez não se vai tolerar traição do lado do Governo. "Se tal acontecer a FRELIMO assumirá a responsabilidade das consequências", alertou o lider da RENAMO.

Momade: "Garantir o sustento dos ex-guerrilheiros"

Ossufo Momade foi ainda mais longe: "Se o Governo da FRELIMO, e na pessoa do seu presidente, quer a paz, é bom que pague as pensões! Nós não podemos pensar que a desmobilização [e encerramento] daquela base de Satungira é o fim, porque alguém que teve armas ontem, e hoje vai viver na sua casa numa desgraça, vai pensar novamente em pegar nas armas. Aí a culpa não será de Ossufo, será do próprio Nyusi", disse.

O líder da RENAMO recordou que é necessário garantir o sustento dos ex-guerrilheiros da RENAMO e das suas famílias, para bem da paz e estabilidade no páis: "Aqueles [guerrilheiros] em 1994 [depois dos acordos gerais de paz de 1992] já tinham sido desmobilizados, mas como é que apareceram lá em Satungira? Apareceram por causa dos maus-tratos que viviam nas suas aldeias", disse.

Observador: "Futuro continuará conflituoso"

O académico e diretor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Lúrio, Wilson Nicaquela, entende que, com os discursos do líder da oposição, fica claro que o desarmamento pode não ser total e completo.

"Está mais do que claro que o processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração não será realizado efetivamente. Há sempre uma manobra para atrasar este processo, de modo a que a RENAMO continue com essa força que lhe suporta e lhe dá outra alternativa, para além da voz, e vai fazendo este jogo [de condicionalismos]".

O académico recorda que o país é vulnerável à emergência dos grupos armados que vão se aproveitando das pequenas "ruturas" que se abrem com alguns desentendimentos. E antevê um futuro conflituoso.

"Eu acho que estamos a correr para termos um conflito pós-eleitoral. Claro que pode não ser movido pela RENAMO, mas há muitos dissidentes da RENAMO, há muitos oportunistas e descontentes que andam por aí, sobretudo jovens que acham que os seus direitos estão a ser violados", disse Wilson Nicaquela, em entrevista à DW África.

 


Fonte:da Redação e da DW
Reeditado para:Noticias do Stop 2023
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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