
"O mercado está a corrigir [o preço] no sentido ascendente", disse o ministro do Petróleo dos Emirados Árabes Unidos, na reunião da OPEP em Viena, acrescentando que "o mercado vai corrigir o preço para um nível que seja justo para os consumidores e para os produtores".
Para Angola, a intenção da OPEP de manter a estratégia de continuar sem cortes na produção, que poderiam acelerar a subida dos preços, é um sinal de que o crude vai continuar a ser vendido abaixo do preço necessário para que os custos de produção sejam cobertos pelos preços de venda.
De acordo com a consultora RBC Capital Markets, Angola, que tem 5,4% da produção total da OPEP, precisa de um preço acima de 93 dólares por barril para conseguir o `break even`, ou seja, que o preço de venda compense os custos de produção.
De acordo com a Fitch e a Business Monitor, citadas pela agência de informação financeira Bloomberg, Angola tem as poupanças e o investimento externo "altamente vulneráveis" às flutuações da economia mundial.
O cálculo da RBC Capital Markets é, ainda assim, mais alto que os números do diretor do Centro de Estudos e Investigação Científica angolano, que apontam para um preço de 80 dólares para repor o equilíbrio macroeconómico no país.
Alves da Rocha falava à agência Lusa, antecipando a chegada de uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), que deverá iniciar hoje, em Luanda, reuniões para negociar o Programa de Financiamento Ampliado solicitado pelo Governo para apoiar a diversificação da economia nacional, devido à quebra nas receitas do petróleo.
Com o barril de crude a rondar nos últimos dias os 50 dólares, acima dos 45 dólares previstos no Orçamento Geral do Estado angolano para 2016 e já distante dos 30 dólares que chegou a valer no mercado internacional este ano, o diretor do CEIC não admite um retrocesso de Angola neste pedido, já que não pode ser feito "ao sabor da conjuntura".
A ideia dos maiores produtores da OPEP de que o petróleo vai continuar a subir o preço parece estar a concretizar-se, dada a subida de 85% no preço desde fevereiro.
Os países da OPEP produziram 32,5 milhões de barris por dia em maio, o valor mais alto dos últimos três meses, segundo a consultora JBC Energy.
O mercado do petróleo está a mover-se "na direção certa", disse o ministro dos Recursos Petrolíferos da Nigéria, o país que até ao princípio deste ano era o maior produtor da Áfria subsaariana, tendo sido destronado por Angola.
"A tendência do mercado está melhor agora, está a ir na direção certa, mas penso que precisa de acelerar mais o passo", vincou o ministro Emmanuel Ibe Kachikwu.
Fonte:Angonoticias
Reditado por: Stop Noticias 2016
