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Barril de petróleo está em queda

Barril de petróleo está em queda

Economia
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O barril de petróleo está hoje a ser vendido em Londres (Brent) abaixo dos 67 dólares, uma queda superior a 1 por cento face ao último fecho de mercado, mas muito abaixo dos 70 que ostentava há menos de uma semana.


Esta derrocada do petróleo em Londres, mercado que determina o valor das exportações angolanas, resulta essencialmente de dois factores: acompanha a descida igualmente substancial das bolsas, especialmente de Wall Street, em Nova Iorque (EUA), levando a que os fundos se refugiem na moeda norte-americana vendendo a matéria-prima, e porque os mercados estão a sentir que os cortes na produção da OPEP+Rússia não impediram o abastecimento de forma significativa, apesar de quebras nos "stocks" das grandes economias.
O Brent (futuros) abriu hoje com o barril nos 66,9 dólares e a tendência é que venha a perder mais uns cêntimos de dólar ao longo do dia, estimam os analistas.
Este cenário, que impacta directamente nas contas do Estado angolano tendo em conta que o crude é responsável por mais de 95 por cento das exportações do país, ainda está longe de poder ser considerado perigoso para a estratégia dos países produtores agregados ao acordo assinado pela OPEP e, entre outros, pela Rússia, Cazaquistão e México, em finais de 2016, com vista à diminuição em 1,8 milhões de barris por dia (mbpd), como forma de estancar as grandes quedas no preço do barril.
Essa estratégia de enxugamento do mercado, pensada no seio da OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo) e depois alargada a outros produtores não membros do "cartel", conduziu o crude a uma subida ininterrupta entre 01 de Janeiro de 2017 e as primeiras semanas deste ano.
Neste espaço temporal, o barril de Brent passou de menos de 40 USD para os 70 que o barril de Brent manteve por diversos dias entre finais de Janeiro e início do mês corrente.
Apesar de ter um impacto directo nas contas do estado angolano, os actuais 66 USD por barril ainda não assustam, até porque o Orçamento Geral do Estado, que está a ser debatido na especialidade pelo Parlamento e é votado na próxima semana, foi elaborado com base no barril a valer 50 dólares norte-americanos.
Mas, mesmo tendo em conta que os analistas apontam hoje como razão para estas perdas as perturbações bolsistas nas grandes economias mundiais, China, Europa e EUA, e a procura, pelos investidores, do dólar como moeda de refúgio face à tempestade nos mercados, a verdade é que estas perdas estão de acordo com aquilo que foram as últimas declarações dos ministros da Energia e do Petróleo da Arábia Saudita e da Rússia, os dois gigantes envolvidos na estratégia de cortes.
Isto, porque estes dois países, mas também a maioria dos restantes, admitiram que um preço muito acima dos 60 USD/barril poderia despoletar uma corrida à produção por parte da indústria alternativa do petróleo, especialmente nos EUA, onde o "fracking" ou petróleo de xisto, a partir dos 65/70 USD passa a ser altamente rentável e a valer a pena voltar a perfurar, porque o seu "breakeven" médio está fixado nessa fasquia.
O petróleo de xisto, cuja extracção resulta da injecção de água a grandes pressões no subsolo para fazer explodir a rocha e assim dela sugar o gás natural e o petróleo, só não é uma maior ameaça aos produtores tradicionais, como Angola, porque o preço de produção por barril deixa de ser financeiramente razoável, para a esmagadora maioria das situações, com os marcados a pagarem menos de 70 USD, apesar de em casos raros, este valor descer para os 65.
Isso mesmo provam os números das organizações internacionais que sublinham, devido à alta dos preços provocada pelos cortes da OPEP+Rússia, que a produção de petróleo de xisto subiu quase 20 por cento desde meados de 2016 até agora.
Ou seja, o petróleo de xisto ultrapassou os 10 milhões de barris por dia, o que atira este conjunto de produtores para um lugar acima da Arábia Saudita, que é só o maior produtor mundial embora com menor exportação agora devido aos cortes que assumiu no âmbito do acordo, embora a Rússia tenha cortado menos que o previsto, estando com uma média de 10,9 mbpd em 2017, o que também ajuda a que os mercados estejam a corrigir os preços do barril em baixa.
Todavia, e em suma, uma baixa de alguns dólares no barril pode estar em sintonia com a estratégia da OPEP porque, a preços abaixo dos 65 dólares, os produtores do xisto estão condenados.
E a isso junta-se o facto de as taxas de juro praticadas nos EUA estejam igualmente a subir devido ás novas políticas da Reserva federal, o que implica maires custos para esta indústria, entre outros impactos colaterais no sector.

 

Fonte:da Redação e Por Angonoticias.com
Reditado para:Noticias do Stop 2018

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