
Um nova pesquisa da Universidade Monash, no Canadá, constatou que esses robozinhos voadores são muito melhores para os estudos ecológicos do que o método tradicional de patrulha por terra.
Eles têm vantagens óbvias: são capazes de monitorar áreas fora do alcance dos seres humanos e têm uma visão absolutamente mais ampla do habitat dos animais ou das áreas de preservação, o que os tornam mais eficazes no envio de informações.
A pesquisa, publicada na revista Scientific Reports, usou drones para monitorar o tamanho de colônias de aves marinhas em ambientes tropicais e polares, comparando os resultados com as contagens terrestres tradicionais, feitas por humanos, para três tipos de aves marinhas: fragatas, andorinhas do mar e pinguins.
No comparativo, os drones se mostraram mais precisos. Segundo os pesquisadores, a vista aérea dos aparelhos reduz a probabilidade das aves serem perdidas pelo terreno ou obstáculos que bloqueiam a visão de quem patrulha em solo.
"É altamente provável que, no futuro, drones serão usados para monitorar as populações de aves e animais, especialmente em áreas inacessíveis, onde a topografia do solo é difícil ou impossível. Isso abre novas possibilidades quando se trata de monitorar com mais precisão os ecossistemas da Terra", disse o Dr. Rohan Clarke, ecologista e um dos líderes do estudo.
Outro aspecto importante da pesquisa incidiu sobre a questão de se os drones assustam os animais aos sobrevoarem seu habitat. Neste caso, os pesquisadores não detectaram pertubações durante os testes, o que é importante não só para o bem-estar do animal, mas também para a exatidão das análises.
O estudo comprova também que, quando utilizados por cientistas, drones podem ser uma ferramenta importante para estudos ecológicos e planejamento de conservação.
E isto já está ocorrendo. Nos últimos anos, a tecnologia emergiu com força no campo da conservação do meio ambiente, e os seus impactos no terreno têm sido fundamentais e de longo alcance.
Eles têm ajudado a proteger espécies ameaçadas de extinção como os orangotangos e rinocerontes, acompanhando as atividades madeireiras e desmatamentos ilegais, e até mesmo o degelo no Ártico.
Em se tratando do combate à caça furtiva, atualmente, já é possível utilizar sensores térmicos de onda longa nos drones, que detectam focos de calor emitidos no solo e identificam caçadores e acampamentos no período da noite, por exemplo.
Mas talvez um dos atributos mais interessantes do uso de drones na conservação é a possibilidade de se montar um mosaico das áreas prioritárias, o que permite aos pesquisadores monitorar mudanças no uso do solo, novos focos de desmatamento e plantações ou até mesmo princípios de incêndio.
Os drones são os olhos que faltavam na luta pela preservação da natureza.
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