Carlos III é o monarca mais velho de sempre na história do Reino Unido a chegar ao trono. Ainda como príncipe herdeiro garantiu que não reinaria da mesma forma que a mãe, podendo seduzir os britânicos pela sua paixão pelo desenvolvimento sustentável e ruralidade.
É aos 73 anos que Carlos III chega ao trono britânico, após décadas como número dois na linha de sucessão da coroa. Se, por um lado, pôde assistir na primeira fila ao longo reinado da sua mãe e aprender com a experiência da rainha, acabou por ficar durante décadas relegado para segundo plano, exercendo tarefas de representação sem peso político.
Em 2018, o então príncipe de Gales mostrou-se consciente disso mesmo, dizendo em entrevista à BBC que não pode haver dois monarcas ao mesmo tempo e que um príncipe herdeiro não pode falar como um rei, acrescentando que quando acedesse ao trono, não continua com a mesma atitude passiva que teve até agora.
"A ideia que, de alguma forma, vou continuar a ser exactamente da mesma maneira, se suceder à minha mãe, é completamente descabida porque as duas situações são completamente diferentes", assegurou então o agora monarca.
Na altura, Carlos III disse que o papel de um rei é de "encorajar" e "avisar" a Nação.
Nascido em 1948, Carlos foi o primeiro filho de Isabel, que na altura ainda não era rainha, e era conhecida como duquesa de Edimburgo, e de Philip, então duque de Edimburgo. A sua infância terá sido normal dentro da família real, até a sua mãe ter subido ao trono quando Carlos tinha apenas quatro anos. A sua educação passou então a estar a cargo a tempo inteiro de amas e preceptoras, tendo depois frequentado algumas das melhores escolas do Reino Unido, sem tratamento preferencial como pediu a sua mãe. Durante o tempo que passou na Trinity College, em Cambridge, foi também treinado pela Força Aérea britânica.
A vida de Carlos tornou-se muito pública quando em 1981 pediu Diana Spencer em casamento. O casamento em Julho desse ano foi seguido por milhões de pessoas em todo o Mundo, com Diana a conquistar nos anos seguintes o título de rainha dos corações dos britânicos em oposição a Carlos que parecia cada vez menos confortável ao aparecer ao lado da sua mulher, cada vez mais popular.
O divórcio escrutinado pelos meios de comunicação britânicos aliados à tristeza de Diana e às infidelidades de Carlos com Camila Parker Bowles destabilizaram toda a família real até à morte trágica de Diana em 1997. De forma recatada, o então príncipe de Gales casou-se em 2005 com Camila, o seu amor de toda a vida.
Fora das suas funções de representação que o levaram em mais de 500 deslocações nacionais e internacionais por anos, Carlos dedicou-se a causas como o desenvolvimento sustentável, publicando desde 2007 a sua pegada de carbono e patrocinando um fundo mundial para lutar contra a destruição das florestas, tendo confessado a uma certa altura que falava com as árvores. A nível da arquitectura, confessa-se um amante da ruralidade tendo construído de raíz duas aldeias tipicamente britânicas nas suas propriedades e insurgindo-se contra grandes projectos de arquitectura moderna.
Carlos III é um activista do ambiente, numa altura em que devido às alterações climáticas e à crise energética este é uma tema que interessa à população britânica, podendo ser uma maneira de colmatar a sua fraca popularidade, sobretudo quando comparado ao seu filho William e à família deste.
Cabe-lhe agora conduzir as cerimónias fúnebres da sua mãe "muito amada" como escreveu na nota publicada pelo Palácio de Buckingham na quinta-feira, logo a seguir anúncio da morte da monarca. A coroação de Carlos III pode ainda levar vários meses a ser realizada e Camila será corada rainha consorte ao seu lado.
Fonte:da Redação e da rfi
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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