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Qui., Mar.
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    Uma história de fé e confiança no socorro divino. Deus não desampara aqueles que a Ele são fiéis.

    A multiplicação do azeite da viúva pelo profeta Eliseu, nos traz uma lição de vida acerca do amor do Pai para com os seus pequeninos.

    Ele não abandona os seus servos, mas os ouve nas suas angústias. Nas horas mais difíceis Deus está preparado para atender o justo clamor dos necessitados.

    A fidelidade do Senhor está presente em vida e até depois da morte, pois ainda que nós sejamos infiéis, Ele o Senhor permanece fiel e vela pela sua palavra, para fazer cumprir as suas promessas na nossa vida e da nossa família.

    Procuramos neste estudo abordar os pontos mais relevantes do texto de 2 reis 4:1-7, mas antes para entendermos melhor esta passagem, vamos ver como estava a situação das viúvas no antigo testamento, em Israel.

    Esta história em que Eliseu multiplica o azeite da viúva, ilustra um pouco da luta histórica que as mulheres passavam e do estigma religioso que recaía sobre elas. Sobre a mulher pesavam os duros trabalhos do lar, a mulher trabalhava no campo, fazia pão, tecia e etc.

    Mas a mulher não herdava de seu marido, nem as filhas de seu pai. O voto de uma mulher casada não tinha validade, a não ser se fosse consentido por seu marido, que tinha o poder de anulá-lo. Na família, a estima da mulher só aumentava quando ela se tornava mãe, sobretudo de um filho varão.

    Do ponto de vista social e jurídico, a situação da mulher em Israel era inferior a que tinha nos países vizinhos. A mulher tinha quase sempre, todos os direitos de um chefe de família no Egito. Na Babilônia ela poderia adquirir bens, agir judicialmente, e ter parte na herança de seu marido.

    Mas no reino do norte de Israel, muito frequentemente, as viúvas, principalmente as cheias de filhos, encontravam-se em condições miseráveis. E elas eram protegidas pela lei religiosa, parte que os homens pareciam ignorar. A Lei recomendava a caridade do povo, juntamente com os órfãos e os estrangeiros.

    "A nenhuma viúva nem órfão afligireis. Se de algum modo os afligires, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor." Êxodo 22:22-23

    No antigo oriente, as viúvas por si mesmas já eram muito vulneráveis à pobreza. A viúva de um profeta ficava ainda mais exposta a passar dificuldades, pois os profetas eram muito pobres na época. Eles estavam preocupados em buscar as coisas de cima.

    Os profetas não pensavam a vida a não ser em vivê-la por meio da espiritualidade e do entendimento a cerca de Deus e da sua vontade. E a esposa de um desses profetas, desamparada, desesperada, vem ao homem de Deus com um relato dramático:

    "E uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao SENHOR; e veio o credor, para levar os meus dois filhos para serem servos." 2 Reis 4:1
    A lei israelita permitia, como forma de proteção ao credor, que se tomasse os filhos dos devedores, para que trabalhassem até que a dívida fosse paga. Mas em Deuteronômio 15:1-18, há uma ressalva para que isto não fosse feito em tempos de fome ou grandes necessidades.

    As pessoas que viviam na pobreza tinham uma vida muito dura. Eles tinham que enfrentar a desesperança todos os dias. Coisas simples como comida e roupas faziam a diferença entre vida e morte. E os problemas da viúva foram multiplicados com a morte de seu marido, deixando dívidas que ela não podia pagar.

    E é fato que esta pobre mulher vem a Eliseu, logo após a guerra entre os reis de Israel (reino do norte) e de Judá (reino do sul), contra o rei dos moabitas. A morte e pobreza extrema estão sempre ligados às misérias da guerra.

    Geralmente o tipo de pedido que a viúva fez a Eliseu, era direcionado ao rei, a autoridade judicial suprema do país. Porém como a Lei não proibia a tomada dos filhos pelo credor, e como era algo já culturalmente aceito (até nas demais nações em redor de Israel, de acordo com o código de Hamurabi, artigo 117), a viúva não viu outra saída, a não ser clamar pela misericórdia divina.

    "Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;" Romanos 12:13
    Profundo o testemunho que esta mulher dá a respeito do seu falecido marido. Ela vem a Eliseu demonstrando muito respeito e humildade. Com seu coração quebrantado, chama-o de Senhor, pois sabia que o seu pedido se dirigia a Deus, através do seu profeta.

    A viúva em suas palavras, estava dizendo apenas uma verdade para Eliseu e não uma reclamação. Ela fala do fato inegável de que Eliseu conhecia a lealdade com que seu falecido marido servia a Deus e ao próprio Eliseu. Ela o relembra da vida piedosa que seu marido teve.

    E na sua extrema necessidade, apenas apresenta a sua justa causa ao homem de Deus e ao próprio Deus. A causa dela era justa, não pedia por riqueza ou status, ou que Eliseu descumprisse a Lei, mas queria apenas um livramento, pela vida de seus filhos.

    A forma como fala, demonstra a sua grande fé. Perceba que ela não pede nada a Eliseu, mas apenas o deixa ciente da sua miséria, ou seja, ela confiava que Deus sabia o que era melhor para a sua família. E se colocou totalmente debaixo da providência divina.

    Também é fato que se Eliseu havia atendido a pessoas importantes como os reis de israel e os capitães dos seus exércitos, ele da mesma forma não deixou de ouvir o clamor de uma pobre viúva.

    Deus não abandona aqueles que lhe são fiéis. Deus é fiel na vida e na morte, e promete proteger até os filhos dos filhos de milhares daqueles que o amam e o obedecem.

    "E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos." Êxodo 20:6
    A viúva apresentou e entregou o seu caso nas mãos de Deus, correu para o abrigo certo, o descanso em Deus. E logo veio a resposta divina. O profeta Eliseu, viu que o testemunho de um servo fiel a Deus, mesmo que morto, ainda falava.

    "Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala." Hebreus 11:4
    Então Eliseu pergunta o que a viúva tinha em sua casa, para que Deus usasse em seu socorro.

    "E Eliseu lhe disse: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite." 2 Reis 4:2
    Na verdade, pela fé, ela já possuía tudo o que precisava. E Eliseu, como homem de fé, que enxergava o sobrenatual, discerniu rapidamente o que Deus queria realizar antes mesmo que ela terminasse de falar.

    Era como o que havia ocorrido com Elias, quando orou para que chovesse sobre Israel e mandou o seu servo olhar se já havia alguma nuvem.

    "E sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem, subindo do mar. Então disse ele: Sobe, e dize a Acabe: Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva não te impeça." 1 Reis 18:44
    A viúva via uma pequena botija com azeite, mas Eliseu contemplava o sustento, a benção e uma grande abundância de víveres na casa daquela pobre mulher.

    O azeite era usado como um remédio para a aflição do estômago e como um bálsamo para curar feridas. Era também utilizado como combustível para as lâmpadas em casas.

    Soldados passavam frequentemente azeite nos escudos de couro que eles utilizavam nas batalhas. Isso prevenia os escudos de tornarem-se frágeis.

    O unguento era também a base para fazer perfumes e pomadas perfumadas muito caras. Um pote a base de óleo, mirra e incenso, poderia ser vendido por um preço que equivalia a um ano de salário de um trabalhador.

    Este era o livramento que o Senhor havia preparado para a vúva e seus filhos. Deus não desampara os seus servos, jamais!

    Então disse ele: Vai, pede emprestadas, de todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas. Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas aquelas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia." 2 Reis 4:3-4
    O milagre ficava então limitado a tanto quanto fosse a fé dela, pois quanto mais vasos conseguisse, mais puro azeite receberia. Ela seguiu a palavra profética de Deus, através de Eliseu, e o óleo não parou enquanto ainda havia vasos vazios.

    E segundo a instrução de Eliseu, ela deveria vender o azeite, pagar a dívida e viver do que sobrasse. A viúva que clamava pela vida de seus filhos, foi atendida para muito além do que pediu ou pensou. Com certeza ela nunca imaginou tamanha benção.

    Grande foi o livramento e grande foi a benção do Senhor naquela família!

    "Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera," Efésios 3:20
    Há momentos em que as circunstâncias nos levam a situações semelhantes a da multiplicação do azeite da viúva. Horas difíceis, quando achamos que nada mais nos resta na vida. Sentimentos de vazio, de abandono podem passar no coração. É como se estivéssemos perdidos por caminhos sem solução.

    Mas aprendo nesta mensagem, que se ainda houver um pouquinho de azeite na nossa dispensa, Deus poderá usar para nos projetar em caminhos de vitórias. O azeite é o Espírito Santo, e Ele habita em você.

    E Deus pode multiplicar esse azeite, de forma a te ungir poderosamente, e te envolver com esse unguento Santo. E o que você tem em casa? O que você sabe fazer? As vezes achamos que é pouco, que é desprezível o que sabemos. Mas com a unção do Espírito Santo, esse pouco pode se transformar em abundância.

    Deus usa as pequenas coisas para confundir as grandes. Deus usa os fracos para confundir os fortes. O seu poder se aperfeiçoa na fraqueza.

    Peça, clame, ore, apresente a sua causa a Deus. E confie, faça, realize, pois com a unção do Espírito, enquanto houver vaso vazio o óleo não vai parar.
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