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No futuro, robôs terão os mesmos direitos que você

Imagine encontrar um robô que se parece com você em todos os jeitos imagináveis: como negar a condição humana a uma máquina assim?

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Você já parou para pensar que, em um futuro não tão distante, nem todas as pessoas serão, necessariamente, seres humanos? Apesar de parecer um questionamento absurdo, esse assunto polêmico vem tirando o sono de cientistas de todas as áreas,

evolvendo até especialistas em Direito, e tem tudo a ver com o surgimento iminente de uma inteligência artificial consciente de sua própria existência.

É muito comum achar que, para ser uma pessoa, é necessário ser humano. Mas, segundo filósofo Peter Singer, restringir a qualidade de pessoa aos seres humanos, ou seja, considerar uma única espécie apta a ter direitos, é uma classificação conhecida como especismo. E isso, diz ele, é algo facilmente relacionado ao racismo.

Por exemplo, a escravização de povos africanos já foi considerada legal. Eles, apesar de humanos, não eram considerados pessoas. Com o fim (oficial) da escravidão no mundo, os direitos foram universalizados. E um movimento parecido vem acontecendo com animais. Grupos de proteção ganham força, e a legislação de vários países endurece punições para maus-tratos.

Reveja seus conceitos

Para muita gente, é um passo muito grande começar a achar que um robô pode ser considerado uma pessoa. Afinal, pessoas riem, choram, se emocionam, amam, têm lembranças, criam laços, se reproduzem e raciocinam. Tudo muito particular dos seres humanos, até o momento que essas coisas não sejam mais sua exclusividade.

Se a Lei de Moore continuar prevendo a evolução tecnológica de maneira eficaz, qualquer futuro possível tem uma inteligência artificial capaz de imitar humanos em tudo. Agora, imagine encontrar um robô que se parece com você, fala como você, tem consciência de si… como você. Como negar a condição humana? O quão diferente seria maltratar uma “máquina” de ofender ou subjugar raças e povos como se inferiores fossem?

O professor de Direito de Harvard Glenn Cohen é um dos que defendem a tese de que é preciso pelo menos manter a mente aberta. Um dia, deveremos considerar robôs como pessoas. Tomando como exemplo filmes como Inteligência Artificial e Ex Machina, ele questiona: será que nesses filmes os humanos estão escravizando os robôs?

Esse assunto também é tema da série Westworld, do canal pago HBO. Ainda na primeira temporada, ela é prato cheio para esse tipo de discussão, apresentando ao telespectador um futuro próximo onde seres humanos criam um parque temático com robôs feitos à imagem e semelhança de seus visitantes de carne e osso. Mesmo quem acredita que “máquinas são apenas máquinas“, é impossível não se chocar com a brutalidade de personagens humanos da série ao subjugarem, torturarem e assassinarem “hosts” (anfitriões, em tradução livre, nome dado aos robôs do parque).

A série mostra, de forma visualmente impactante, que este conceito de “máquina” se esvai quando a tecnologia ultrapassa o Vale da Estranheza (uncanny valley, termo em inglês que representa o ponto em que humanoides estão prestes a se tornar idênticos aos seres humanos), fazendo com que seja natural tratarmos estes “seres” como “humanos”. Especialmente, quando eles são dotados de consciência e dor.

A briga é outra

Mais do que a velha história de robôs-que-matam-gente, a ideia é que a inteligência artificial pode se rebelar não para se sobrepor aos humanos, mas somente para ser tratada da mesma maneira, como pessoa. Curiosamente, o direito brasileiro já trata o detentor de direitos como “pessoa humana”. Talvez seja bom se preparar para, no futuro, deixar de achar esse termo redundante.

 

Se você ficou curioso sobre o assunto, confira o vídeo de Glenn Cohen no Big Think (em inglês), onde ele questiona se “escravizar máquinas inteligentes” é o mesmo que escravizar humanos:

 

 

 

 

Fonte:Band

Reditado para:Noticias Stop 2016

Fotografias:Getty Images / Reuters /EFE

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