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file A Bíblia e a Bebida Alcóolica

7 anos 3 semanas atrás #297 por Malaquias
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A Bíblia e a Bebida Alcoólica
Texto: Ef 5.15-18

Introdução

Que postura o cristão deve tomar diante das bebidas alcoólicas? De um lado, acham-se na Bíblia muitos textos que parecem incentivar a abstinência, mas, por outro lado, há trechos em que Jesus transformou a água em vinho, bebeu vinho etc. Qual é o ensino das Escrituras acerca do uso do álcool?
Em muitas culturas o consumo de bebidas alcoólicas tornou-se comum, incorporado ao dia a dia e visto como algo natural. O vinho entre os judeus é um sinônimo de alegria, presente em festas e comemorações. O vinho referido na Bíblia é o vinho alcoólico como conhecemos hoje? O cristão pode consumi-lo, desde que moderadamente?

Um perigo desde o início

O que vemos na Palavra de Deus é que a bebida alcoólica trouxe maldição desde que foi criada pelo homem. A primeira ocorrência de embriaguez na história da humanidade resultou em uma crise familiar. Noé plantou uma vinha, fez vinho, ficou bêbado dentro de sua tenda e tirou a sua roupa. Seu filho mais novo, Cam, viu o acontecido e anunciou aos outros. Seus irmãos cobriram o pai, sem ver a sua nudez. Quando o pai ficou sóbrio amaldiçoou Cam e sua descendência (Gn 9.20-25).
É certo que a bebida alcoólica leva a pessoa para fazer o que jamais faria se estivesse sóbria. Quando as filhas de Ló desejaram ter filhos do seu próprio pai, elas o embriagaram para tirar-lhe o domínio próprio e tiveram relações sexuais incestuosas com ele (Gn 19.30-36). A geração de Ló com suas filhas foi amaldiçoada (Dt 23.3). É significativo que os primeiros registros de embriaguez na Bíblia tenham resultado em maldição!

Os Perigos do álcool

A bebida alcoólica tira a sensatez e a sabedoria (Pv 20.1; Os 4.11). O sábio mostra-nos que há um perigo no vinho e que ele é enganador. A palavra álcool é de origem árabe e significa “sutil”. Atualmente cerca de 14% da população mundial é alcoólatra. O álcool é uma droga subestimada, pois nossa cultura o vê como parte integrante de uma vida "normal". O alcoolismo geralmente se instala sutilmente (fazendo juz ao seu significado), e a tolerância física induz a um aumento na dose ingerida.
Sob o efeito da bebida alcoólica o homem perde o seu bom senso, a sua vigilância. Absalão, filho do rei Davi, quando decidiu matar o seu meio irmão Amnom, aproveitou um momento em que ele estava bebendo para fazê-lo (2 Sm 13.28). O rei babilônico Belsazar foi morto e seu reino foi tomado numa noite em que ele promoveu um banquete para os seus líderes e beberam à vontade (Dn 5.4,30,31). Obviamente não foi apenas o álcool que causou isto, mas a sua irreverência contra Deus. Entretanto, a bebida alcoólica tirou-lhes a vigilância e permitiu ao inimigo invadir o seu reino.
A morte violenta está diretamente associada ao consumo de bebida alcóolica:
Afogamentos: 64%
Atropelamentos: 53%
Homicídios: 52%
Acidentes de Carro: 51%
Quedas Fatais: 36%
Suicídios: 36%

A bebida trará pobreza ao que a consome regularmente, pois o alcoólatra gasta tudo no seu vício (Pv 23.20,21). Aquele que começa a beber não consegue parar e as conseqüências serão terríveis: ele se machuca e não percebe, fala coisas sem domínio, perde o controle de suas emoções e busca relacionamentos indecentes. Acordará depois com terríveis perturbações, mas isto não o impedirá a tornar a buscar a bebida (Pv 23.29-35).

O Que a Bíblia recomenda

A Bíblia nos orienta a evitarmos a bebedeira (Rm 13.13; 1 Pe 4.3,4) e a companhia dos que bebem (1 Co 5.11). Os textos bíblicos em sua maioria referem-se ao consumo exagerado da bebida, mas algumas pessoas eram proibidas pelas Escrituras a ingerirem qualquer quantidade deste líquido, dada a sua condição de consagração a Deus. Era o caso dos levitas (Lv 10.9-11) e dos nazireus (Nm 6.3; Jz 13.4,7). No Novo Testamento, aos presbíteros (1 Tm 3.3; Tt 1.7) e aos diáconos (1 Tm 3.8) era requisitado a moderação no uso desta bebida.
Os beberrões estão na lista das pessoas que não entrarão no céu (1 Co 6.10; Gl 5.21), dando-nos um claro testemunho que este tipo de comportamento não agrada a Deus, que é Santo.
Entretanto, alguém pode perguntar: E se beber só um copo? Algumas razões são apresentadas nas Escrituras para evitar até mesmo o uso moderado de bebidas alcoólicas:

a) Por causa do testemunho: O cristão deve evitar fazer algo que prejudique a fé do irmão mais fraco (Rm 14.21; 1 Co 8.9-12). Se um novo convertido vê alguém que ele considera mais maduro na fé ingerindo bebida alcoólica, pode ser influenciado a também fazê-lo. Pessoas que consumiram este tipo de bebida antes de se converterem podem ser levadas a pensar que não há problema em continuarem a fazê-lo. Um adolescente que vê seu pai ou algum cristão maduro consumindo bebida alcoólica, ainda que moderadamente pode começar a imitá-lo e perder o controle. O Senhor recomendou explicitamente que não levasse algum pequenino a tropeçar na fé (Mt 18.6). Muitos começam bebendo “socialmente” e se tornam alcoólatras por não se dominarem (Pv 23.31,32; 1 Co 6.12; 2 Pe 2.19).

b) Por causa do domínio próprio: A bebida nos tira o discernimento correto (Pv 31.4,5), de forma que o homem sob seu efeito não consegue exercer juízo correto e pode fazer coisas que de outra forma não faria, inclusive quanto a parar de beber ou exceder-se no consumo destas bebidas. Entre as primeiras conseqüências da bebida são a ausência de inibições, o enfraquecimento do autocontrole, a falta de juízo. O diabo está sempre procurando nos tentar e para enfrentar essas tentações, o filho de Deus deve estar profundamente alerta e sóbrio em todo o tempo.

c) Por causa da glorificação a Deus: O objetivo da vida do cristão não é ser feliz, alegrar-se com a bebida ou participar da vida social, mas glorificar a Deus em tudo o que ele faz (1 Co 10.31). Até mesmo as alegrias, as festas e as comemorações dos cristãos devem ser motivo de glória para Deus.

Jesus bebeu e fez vinho?

Em algumas ocasiões Jesus provavelmente bebeu vinho (Lc 7.33,34; Mt 26.27,29) e num casamento transformou água em vinho (Jo 2.3-10). No entanto, podemos ver que, pelo menos quanto ao vinho usado na celebração da páscoa e instituição da Santa Ceia, ele não era fermentado, mas o suco puro de uvas. Na semana da celebração da páscoa era proibida a fermentação (Ex 12.19; 13.7; 1 Co 5.6-8), processo necessário ao fabrico de pães e vinhos. Só era permitido o consumo sem fermento (asmo).
A palavra “vinho” na Bíblia é usada muitas vezes para o suco de uvas (Mt 26.29; Mc 14.25; Lc 22.18; 5.37,38; Jr 48.33; 40.12) e mesmo o vinho fermentado, segundo estudiosos, tinha uma graduação alcoólica menor do que o que se usa hoje e muitas vezes era diluído em água, além de ser usado como acompanhamento durante as refeições, em pequenas doses (Mt 11.18,19).

Paulo mandou usar vinho?

Quando escreve a Timóteo ele recomendou que usasse o vinho como remédio (1 Tm 5.23) ou como alternativa a uma água impura. Era muito comum na Antiguidade que a água fosse usada sem qualquer tratamento, contaminada por vírus, bactérias e impurezas e causasse muitos problemas estomacais. O vinho era aplicado também em ferimentos como medicamento (Lc 10.34). A recomendação era para tomar “um pouco”, ou seja, em doses medicinais e talvez misturado com água.
A medicina reconhece os benefícios do uso de vinho em quantidade moderada, devida a presença de substâncias antioxidantes e outras que ajudam na prevenção de doenças e melhoria do sistema circulatório. Entretanto, estas substâncias são encontradas na uva e, portanto, no suco não fermentado da mesma, o qual pode ser consumido por todos sem qualquer problema.

Conclusão

Embora não seja possível afirmar, com base na Palavra de Deus, que ingerir qualquer quantidade de álcool por qualquer motivo é sempre pecado, parece claro que o consumo exagerado de bebida alcoólica é totalmente proibido e mesmo as pequenas doses podem levar ao consumo costumeiro e progressivo, além de dar mau testemunho aos novos na fé.
Por isso, o cristão deve evitar juntar-se àqueles que consomem bebidas alcoólicas, notadamente em culturas onde o seu consumo é estimulado, pois estaria avalizando o seu uso, mas deve viver para glorificar a Deus em todo o tempo.

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